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sede

Eu sinto uma sede Que não passa nunca! Os dois litros diários já se passaram Faz tempo E a garganta continua seca. A sensação que tenho é que mesmo que eu bebesse Todo o Amazonas,  eu ainda teria sede Porque na verdade não é sede, É um amargor na boca Como quem comeu caju verde Que amarra, que seca e que Racha os lábios. O que eu sinto não é sede, é falta,  Falta de algo que adoce e seja suculento, Que sacie e me faça salivar. O que eu sinto é saudade, Só não sei do quê.

tapioca da boa!

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Eu faço tapioca com frequência. É algo simples e rápido de se preparar e sustenta bem, por isso costumo prepará-las no café da manhã. Compro em uma loja de produtos nordestinos a farinha de goma de tapioca já hidratada e pronta para usar, então não há muito mistério, basta você observar alguém fazendo duas ou três vezes que você já terá confiança o suficiente para tentar fazer a sua. Basta esquentar a frigideira, despejar um pouco da farinha, espalhar bem, aguardar a massa se unir e virar uma coisa só, daí você vira para cozinhar do outro lado, recheia e dobra. Simples como um rap  desses que a gente compra pacotes no mercado para fazer rapidinho. Toda semana eu faço tapioca e tudo o que eu faço com frequência me aguça o senso crítico, porque eu começo a reparar nos detalhes. Então eu percebi que no momento que eu despejava a farinha na frigideira, a farinha que ficava por cima costumava empelotar. Quando eu virava a tapioca, essas pelotinhas endureciam e apesar do sabor se

Destacando a imperfeição

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No Japão feudal a mesa das famílias ricas era guarnecida de cerâmicas exuberantes, feitas sob encomenda, para retratar a importância e o poder, com aparelhos de jantar e jogos de chá exclusivos. Eventualmente acontecia de uma peça ou outra se quebrar, mas não era possível se produzir uma nova peça de substituição que fosse exatamente igual ao conjunto, por ser um trabalho artesanal, mas o jogo de louças não poderia ficar incompleto. Para resolver esse problema, um artesão desenvolveu uma maneira de restauração digna de tornar a peça utilizável novamente à mesas importantes.  Kintsugi é uma técnica que utiliza ouro nas emendas entre os cacos colados da cerâmica, o que - ao contrário de qualquer outra forma de restauração que visa disfarçar os defeitos - ressalta as imperfeições, transformando xícaras e travessas que seriam descartadas em utensílios únicos e de maior valor. Traçando um paralelo com as nossas vidas, os nossos erros e defeitos vão criando fissuras e trincas no

Seu medo vale muito!

Todo mundo é inseguro com alguma coisa, em geral, com características próprias sejam elas físicas, emocionais e até espiritual. Por mais que a gente lute para mudar nossa perspectiva, parece que o mundo nos força a se manter preocupado em áreas da vida que muitas vezes nem tem relevância nenhuma para a sociedade, mas faz nos sentirmos inferiores ou em dívida com o status quo .  Eu acredito que isso não é só uma impressão. O mundo - e quando digo o mundo eu me refiro a influência da mídia na sociedade, na forma de que ela rege as regras e padrões que nos são impostos - é movido por insegurança, porque insegurança vende e vende bem! Vamos analisar um pouco: Se você é inseguro/a com seu corpo, por exemplo, temos que partir de um princípio de que essa insegurança já te foi imposta de alguma forma. Geralmente porque você não se parece com o modelo público comum que vemos nas mídias e redes sociais. Essa mesma mídia irá te vender formas de você "superar" sua insegurança, como roupa

O que nasce torto, morre torto?

 Perseverança é uma palavra que não está muito frequente no nosso vocabulário, mas é o cerne do brasileiro. Em um país com tanta desigualdade social e tanta corrupção dos governantes, se não houver perseverança não vivemos nem mais um dia. Pensando no indivíduo, nossa mente precisa de perseverança para se manter saudável. São tantas influências e acontecimentos ruins na sociedade, que vamos nos moldando a esse formato e somos impulsionados a sermos ruins também e isso está gravado em nosso ser desde o nosso nascimento. O ser humano nasce mal ou a sociedade o corrompe? essa discussão é antiga e eu não tenho a audácia de responde-la, mas o que eu sei é que eu preciso me esforçar para ser bom, então mais importante do que ser talvez seja a decisão do estar, porque no fim das contas, nosso status é baseado nas nossas decisões. Meu cabelo é cacheado. Para que ele fique liso eu preciso molha-lo com água quente e penteá-lo ainda molhado todas as vezes que eu o quiser assim. basta que eu não f

O Tempo muda as coisas

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  Quando você olha para uma peça de queijo bem curada dá pra perceber que ela está curtindo há um bom tempo. Esse queijo não tem mais nada parecido com o queijo que entrou na maturação há meses atrás. Ele perdeu umidade, peso e ganhou mofo e rugas. Quando ele estava fresco, tinha uma casca clara e lisa; um aroma leve e lácteo. Hoje ele tem um aroma forte e pesado como algo guardado em um armário velho. Só de olhar, não dá vontade de comer, mas quando você rompe a barreira do medo e prova... verá que a casca esconde uma explosão de sabores! doçura e um intenso umami preenchem sua boca, acompanhados de uma cremosidade que olhando de fora não dá saber. O tempo de maturação aperfeiçoou o queijo. Assim eu acredito que são as pessoas também. Na adolescência e juventude tudo machuca, irrita e incomoda. Tá tudo muito fresco! Nós estamos cheios de ideias, planos e expectativas altíssimas para nós e nosso futuro. Quem olha de fora vê uma plenitude clara e limpa de quem está pronto para seguir no

O que torna um país grande?

Vemos, em meio a uma crise mundial de saúde, uma corrida desesperada dos países mais ricos, não em relação a saúde de seu povo, mas em ocupar a liderança do mercado mundial. “Enquanto alguns veem crise, outros veem oportunidades”. Você certamente já ouviu essa frase ou algo parecido e eu acredito que isso é verdade. Algumas pessoas têm um talento especial ou força de vontade (necessidade), capaz superar grandes momentos de crise e se destacarem exercendo alguma atividade criativa de usar as circunstâncias ao seu favor. Entretanto, quando falamos de lideranças mundiais, há muito mais em jogo nessas “oportunidades”. O entendimento da maioria é que um país grande é um país rico. Os mais ricos são os que têm mais relações internacionais, exportam mais e tem o PIB em constante crescimento. Ou seja, um país grande é um país que vende mais aos outros.   Isso é uma avaliação olhando o país de fora. Agora vamos olhar de dentro. Segundo estudos divulgados em 2018, o Brasil registrou, segun

Quando tudo isso passar

Quando tudo isso passar Quando tudo isso passar, vamos fazer uma grande festa. Rever amigos e parentes, matar a saudade que aperta o peito. Quando tudo isso passar, vamos sair e conhecer coisas que nem imaginamos, gostos e vistas que jamais sonhamos. Quando tudo isso passar, viveremos de uma forma diferente, seremos pessoas diferentes com pensamentos diferentes. Quando tudo isso passar, olharemos para o outro finalmente como próximo, até mesmo semelhante. Quando tudo isso passar,não importará mais quem éramos. Seremos tão diferentes que seremos outras pessoas. Quando tudo isso passar, teremos um novo motivo para viver. O amor vai nos guiar através da eternidade. Quando tudo isso passar: céus, terra, o mundo e tudo o que nele há e o Salvador resplandecer seu rosto sobre nós, a sua infinita bondade vai nos preencher e fazer com que sejamos todos um. Quando tudo isso passar e Ele voltar Nada será como antes.

Crise criativa

Na bíblia temos a história de José do Egito . Alguém  que viveu o isolamento de várias formas. Ficou isolado num poço até ser vendido como  escravo, ficou trancado numa cela por uma falsa injúria e foi obrigado a ficar longe de seu pai  por muitos anos. Mas o interessante é que em todas as crises que passou, Deus estava com  ele e o fazia prosperar, porque ele se mantinha íntegro, apesar de tudo o que lhe acontecia. Ele  podia ter mentido, intimidado ou fugido em muitas ocasiões, mas o seu senso de justiça e  fidelidade permitiram que ele prosperasse cada vez mais, mesmo em meio ao caos. O que podemos aprender com José nesse momento que vivemos de isolamento e crise: 1. Mantenha a calma. Coisas ruins acontecem com todo mundo. Se desesperar não vai   resolver seu problema; 2. Mantenha sua integridade. Todo mundo está passando por alguma dificuldade, assim  como você e "dar um jeitinho" significa lesar alguém, de alguma forma. Precisamos nos  lembrar de

existe vida além do trabalho!

O confinamento tem revelado às pessoas um lado delas que talvez elas não conhecessem. A eminente crise financeira tem preocupado a todos com relação ao trabalho e sustento de suas famílias, o que é esperado, mas muitos não estão preocupados apenas com a situação financeira. O Fato de não estarem trabalhando, no sentido de estar empenhando seu papel profissional tem levado alguns ao desespero. É normal que um emprego ou atividade exija muita atenção, dedicação e capacitação do empregado àquela atividade. Precisamos nos dedicar para que possamos crescer e dar o melhor naquilo que fazemos, porém, algumas pessoas se dedicam tanto ao trabalho que esse, toma o lugar de outras prioridades na sua vida, como a família, a saúde e até a fé. Se passa a viver para o trabalho e não trabalhar para viver. É claro que existem trabalhos que demandam muito mais do que o trabalho em horário comercial, por exemplo. Existem os missionários que dedicam a vida ao seu chamado, ou pessoas que vivem viajan