O Senhor do Tempo
O Senhor do tempo - Stênio Marcius
Mestre, me veja menino
Deixa-me correr com Teus pequeninos
Mestre, de rosto amigável, de sorriso largo, de sereno olhar
Eu fui a Ti criança e me recebeste de braços abertos
Que estranha distância agora
Senhor, lembra do menino que eu fui outrora
Mestre, lembro que eu buscava
E me derramava, choro adolescente
Lembro daquele caderno onde eu anotava minhas orações
Jovem busquei a Ti, o refúgio certo para um moço aflito
Que estranha distância agora
Senhor, lembra do rapaz que eu fui outrora
Mestre, estou bem mais velho
E o amor que eu tinha, onde foi parar?
Mestre, fala a esse homem, que se emocione, vá recomeçar
Faz-me correr e assim retornar ligeiro ao primeiro amor
Deixa-me ver novamente o meu nome
Escrito nas santas mãos do Senhor do Tempo
Essa música fala muito comigo,
pois me lembro da minha infância e de como eu era íntimo do Senhor. Lembro-me que
tinha de ir para cama cedo e como demorava a dormir, passava muito tempo
orando. Coisas que hoje quase não percebo, eu agradecia ao Senhor. Agradecia pela
cama quente que eu tinha, pelas refeições que nunca me faltavam enquanto muitos
não tinham nada, por ter um pai e uma mãe que me amam. Pedia proteção a toda
minha família e amigos, nome por nome e para que o Senhor os abençoasse assim
como me abençoou.
Hoje, mesmo buscando a Cristo e a
sua vontade, percebo que as quedas que vivenciei até aqui me ensinaram o valor
de uma vida com Deus, mas, aquela pureza que tinha em meu coração quando criança
é tão diferente do que vivo! Como deixei a inocência se esvair por entre meus
dedos e me permiti passar por tantas coisas que desagradaram ao Senhor? Parece
que aquela criança tinha uma maturidade espiritual maior do que esse adulto tem
hoje.
Logo, fica claro o que em Mateus
19:14 Jesus diz: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino
dos céus pertence aos que são semelhantes a elas". Quando criança eu tinha a plena certeza de que
era totalmente dependente de Deus. Sabia que Ele era o único com poder
suficiente para atender as minhas necessidades. Enquanto eu crescia, o sonho da
maturidade e da responsabilidade ofuscaram o brilho do Senhor em minha vida ao
tentar achar as respostas por minha conta e a tola ideia de que “Tem coisas que
eu não preciso pedir para Deus (isso é tão simples, deixa que eu resolvo!)” acabou
separando-me da comunhão que havia, da dependência e da segurança do Pai.
Só tenho a agradecer pela
misericórdia do Senhor em me conceder a chance de buscar a cada dia a sua
vontade.
“E buscar-me-eis, e me achareis,
quando me buscardes com todo o vosso coração.” Jeremias 29:13
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